sábado, 1 de maio de 2010
Mulheres de ontem e de hoje
Forugh Farrokhzad
(1935-1967)
Forugh Farrokhzad é uma poetisa iraniana, cuja meteórica produção poética se deu entre 1955 e 1965, resultando em 5 livros, infelizmente não disponíveis em nosso idioma.
Basicamente, seus textos tratam da submissão, da condição feminina, da impossibilidade de se expressar – tanto no aspecto social e profissional, quanto no afetivo – em um país dominado por homens e à beira de um colapso político-religioso, que viria a ocorrer afinal em 1979, com a revolução islâmica que colocou não só os aiatolás no poder, mas também o véu nas mulheres, banindo de vez a continuidade daquilo que poderíamos chamar de um esboço de democracia no até então “moderno” Irã.
Forugh é de uma importância ímpar, uma voz singular que se torna ainda mais evidente quando, atualmente, tentamos obter material deste gênero (poesia) de escritoras daquela região do globo. Algo muito, muito escasso...
Mais informações sobre mulheres iranianas :
Persépolis (Quadrinhos, Cia das Letras)
Lendo Lolita no Teerã (Romance, Ed. A Girafa)
O Voto é Secreto (DVD: Drama)
O meu coração está carregado, carregado.
Vou até à varanda, os meus dedos afagam
a pele tensa da noite.
As luzes da comunicação apagaram-se,
as luzes da comunicação apagaram-se.
Ninguém me levará ao sol
ou me apresentará o carnaval dos pardais.
Relembra o vôo: o pássaro em si é mortal.
Versão de Vasco Gato
On Earth
I never wanted to be a star in the sky's mirage,
a select soul or an unspeaking friend of angels.
I never left the earth or took up with stars.
I stand on the earth and my body like a plant
absorbs wind, sun, and water to stay alive.
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