PROTÁGORAS
Uma história divertida mostra como os sofistas passaram a ser vistos . Protágoras, convencido de que os seus ensinamentos eram infalíveis , disse a um aluno pobre que o pagasse com o que recebesse pelo seu primeiro caso no tribunal . Uma vez treinado , o jovem não começou a praticar o seu ofício . Protágoras processou-o para cobrar os seus honorários , argumentando perante a corte que o estudante deveria pagar pelo seu contrato , se vencesse, e pelo veredicto, se perdesse.
O acusado captou isso e fez melhor : declarou que o pagamento estava perdido pelo veredicto, se ganhasse, e pelo contrato , se perdesse.
Concluindo: teríamos aqui uma espécie de paradoxo , em que uma sentença anula a outra . Esse seria um bom exemplo de como , por meio de uma linguagem sofisticada, o sofista poderia confundir uma pessoa para obter vantagem sobre ela . No exemplo que mencionamos, o estudante sofista superou seu mestre recorrendo à mesma tática .
Na citação de Anthony Kenny:
“Os inimigos de Protágoras gostavam de contar a história sobre a ocasião em que ele processara seu discípulo Evalto pelo não pagamento de honorários . Evalto se recusara a pagar alegando que até então ele não ganhara uma simples causa : “Bem , disse Protágoras, se eu vencer esta causa , você deverá pagar em razão de o veredicto ter sido favorável a mim , mas , se for você o vencedor, ainda assim você deverá pagar , porque então você terá vencido uma causa ”. (Diógenes Laércio, 9.56 – Lives of Philosophers).
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