sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Nós que aqui estamos

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos         (1999)
           
            O século XX em imagens. Vagando entre o oníricoque remete à influência de Freud – e o realismo destrutivo de um século marcado pela tecnologia e guerras – evocando Hobsbawm – o diretor Marcelo Masagão utiliza-se de um variado arquivo de imagens (cinema, fotos, trechos de documentários, artistas e personalidades) que, a seu modo, muito mais do que simplesmente contar, transporta-nos para os fatos importantes do nosso tempo na medida em que gera no espectador uma aproximação com os personagens anônimospessoas como nósque participaram desta história. E isto contribui para realçar seu valor humanista  num período em que o significado da vida, de tão banalizado, passa a não ter valor algum.
Está , a meu ver, o mérito do filme que, apoiado em uma bela e eficaz trilha sonoracomo que composta por encomenda – de Wim Mertens e André Abujamra, se em alguns momentos escorrega por causa de excessiva repetição, destaca-se pela sua criatividade, demonstrado na interessante apresentação dos temas : arte e guerra, sonho e realidade, vida e morte, tragédias, revoluções, golpes, ditaduras, nacionalismos e movimentos sociais; ingredientes que retratam o século XX a partir da 1a Guerra Mundial, e o desenvolvimento tecnológico alcançado no pós-guerra.
Considerado um filme ensaístico (ou filme memória), nos fornece um bom panorama – parafraseando Eric Hobsbawm, que ao lado de Freud, é um dos mentores espirituais da película – do que foi o “breve século XX” e de como o decorrer desta história se reflete nos dias atuais.
Destaque: o Capítulo 6, dos 12 aos 21 minutos (Temas: Muro de Berlim, Garimpo, Revolução Cultural Chinesa, Crash de 1929, etc).

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