domingo, 28 de novembro de 2010

Sobre o fim do mundo...


O alardeado fim do mundo, que seria, em outras palavras, o fim da espécie humana, representaria afinal, o fim de Deus. Isto se considerarmos que a história do homem é a história do sopro divino na matéria inanimada que, tendo lhe sido dada a vida, povoou a terra com sua história, por meio desse mesmo sopro, verbalizado nas ações cotidianas.



Deus povoou a história. Todos os povos deixaram sua marca. Mas, no contexto religioso – cristão – somente o povo de Deus perpetuará sua existência neste mundo, ou em algum outro mundo, a critério deste Deus Criador, a quem o homem glorifica e que é glorificado por meio deste homem, muito embora a Divindade não necessite de nada para ser Deus. Sua consciência de Si é auto-suficiente.


Entretanto, Deus optou por nos criar, e essa criação é eterna na medida em que subsiste no ideal de adoração própria de Deus. Adoração eterna para um Ser que é Eterno, implica na eternidade mesma do adorador. Conseqüentemente, o fim do mundo nunca existirá verdadeiramente, no sentido em que habitualmente é utilizado no senso comum.


Numa palavra, as coisas existem para serem vistas. O mundo aí está, e ele nos é dado. É algo que é dado para alguém. É fato que nem todas as coisas que existam possam, talvez, ser vistas, como, por exemplo, um planeta desconhecido que nem imaginamos que exista. Mas a questão é que este planeta não é, ainda, integrante do “mundo que nos é dado”, e sim mundo a ser conhecido a partir do “mundo que nos é dado”. Sem o primeiro, o mundo que é dado, nada haveria, nem mesmo o átomo, que não nos é visível a olho nu. Sem o primeiro, nada seria possível de haver, a não ser Deus, pleno e autosuficiente, imerso nas possibilidades da dinâmica de suas criações.

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