sábado, 14 de agosto de 2010

Pascal: "O coração tem razões..."





Blaise Pascal


O coração tem razões ...



     Nascido em Clermont-Ferrand, 19 de Junho de 1623 — Paris, 19 de Agosto de 1662, foi um físico, matemático, filósofo e teólogo francês.
     Abaixo, alguns trechos capitais da obra "Pensamentos".



Artigo II – Miséria do homem sem Deus


120 – A natureza diversifica e imita, a arte imita e diversifica.



Artigo III – Da necessidade da aposta


206 – O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora.
222 – Ateus – que motivos eles tem para afirmar que ressuscitar é impossível? Que era mais difícil: nascer ou ressuscitar, o que jamais foi seja o que for ou o que já foi ainda? Será mais difícil chegar a ser ou voltar a ser? O hábito torna uma coisa fácil, enquanto a ausência de hábito faz a outra impossível: maneira vulgar de raciocinar!



Artigo IV – Dos meios de Crer

253 – Dois excessos: excluir a razão, só admitir a razão.

269 – Submissão e uso da razão, nisso consiste o cristianismo.
273 – Caso tudo fosse submetido à razão, nada haveria em nossa religião de misterioso ou sobrenatural. Caso se contrariem os princípios da razão, nossa religião será absurda e ridícula.
277 - O coração tem suas razões, que a razão não conhece: percebe-se isso em mil coisas. Digo que o coração ama o ser universal naturalmente e a si mesmo naturalmente, segundo aquilo a que se aplique; e ele se endurece contra um ou outro, à sua escolha. Rejeitastes um e conservastes outro: será por causa da razão que vos amais a vós próprios?

278 – É o coração que sente Deus, não a razão. A fé é o Deus sensível ao coração, não à razão.
279 – A fé é um dom de Deus; não penseis que a consideramos um dom do raciocínio. As outras religiões não dizem isso de sua fé: só davam o raciocínio para alcançá-la, o qual, no entanto, não a alcança.

Artigo VI – Os Filósofos

339 – Posso conceber um homem sem mãos, pés, cabeça (pois só a experiência nos ensina que a cabeça é mais necessária do que os pés); mas não posso conceber o homem sem pensamento: seria uma pedra ou um animal.


Artigo VII – A moral e a doutrina

438 – Se o homem não é feito para Deus, por que só se sente feliz em Deus? Se o homem é feito para Deus, por que é tão contrário a Deus?

Artigo VIII – Fundamentos da religião cristã

582 – Transforma-se a própria verdade num ídolo; porque a verdade, fora da caridade, não é Deus: é sua imagem, é um ídolo que não se deve amar nem adorar; menos ainda se deve amar e adorar o seu contrário, que é a mentira.


Fonte: Os Pensadores, Abril Cultural.

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